BOLETIM BIOLÓGICO, o que é?

Como em qualquer museu sem exposições permanentes, também aqui, neste
grandioso “Museu” (de palco permanente aberto), e como as peças e os cenários
estão em constante alteração / transformação, é necessário actualizar minimamente a
informação sobre elas, para que todos os potenciais interessados acompanhem mais
em pormenor e de perto toda a “novidade” nascente, desperta, florida, madura ou por
qualquer outra razão, mais em destaque. Essa informação será crucial para que se
planeie, se conjugue e se crie da melhor forma o produto.
Por exemplo neste momento o Boletim Biológico está a dar neste domingo à tarde, dia
3 de Outubro o seguinte:
- chove no “Museu”. Chovem as primeiras chuvadas outonais e as primeiras chuvas a
sério de há uns meses para cá;
- as temperaturas baixaram e as camisolas voltaram ao de cima dos nossos roupeiros.
Isto quererá dizer que deste domingo para o próximo, muita coisa vai mudar e
rapidamente neste nosso (de todos) enorme “Museu”. Assim:
- do chão começará a surgir um novo mundo (de cogumelos), entretanto desperto e
ansioso por ver luz;
- entretanto, toda a floresta vai começar a pintar-se de todos os tons e as primeiras
folhas a soltarem-se, já serão as segundas e em muita maior quantidade por muitas
das espécies caducifólias das nossas paisagens e jardins. São as bétulas ou vidoeiros
que já têm o Outono bem dentro do corpo, através dos seus padrões habituais a irem
do verde ao amarelo vivo, mas ainda sem atingir o castanho seco;
- entretanto, a brama dos veados deste ano já atingiu o seu pico, pelo que para o
próximo domingo se prevê um abrandamento assinalável da sua frequência e talvez a
última oportunidade para os ouvir este ano;
- entretanto e para não sair debaixo das bétulas, eis o que podemos encontrar
brevemente:
. dentro da família dos boletus, a Leccinum scabrum (Boleto-de-pé-escamoso ou
Boleto do vidoeiro) , comestível e saboroso, além de ficar excelente em fotografia;
. a Piptoporus betulinus (Poliporo do vidoeiro) cresce exclusivamente sobre o
tronco das bétulas. Quer um, quer outro destes cogumelos só se encontram
associados às bétulas. Um, numa função simbiótica e o outro, numa função saprófita.
Só por aqui se vê as especificidades e as espectacularidades deste extraordinário
“Museu” vivo;
. a Armillaria mellea (Armilária cor de mel), comporta-se como parasita ou saprófita
e é um dos maiores inimigos das florestas, atacando praticamente e de forma
poderosa a maioria das espécies.
Ora, aqui fica uma amostra, ainda sem registo fotográfico, do que poderá relatar este
Boletim.