O Papa Bento XVI iniciou uma cruzada pela compreensão entre as religiões. Finalmente; é isso mesmo que se tem que fazer.
O JOSÉ PORVINHO, já antevia esta via como a mais fundamental em:
25 Setembro de 2006
CHOQUE DE CULTURAS
Quando a religião pode servir para justificar e escamotear toda a irracionalidade, incompreensão e máxima violência; será mesmo precisa muita fé da nossa parte, mesmo quando não praticantes para aceitá-la de ânimo leve, às nossas portas.
Será que todos os líderes e crentes dessas religiões, com toda a fé que praticam, já pensaram nisso? E se o pensaram, o que é que fizeram para mudar e até para se demarcarem, através do bem que a sua religião tem que apregoar e defender? Ou será, que confiam tanto na nossa fé, na nossa compreensão, racionalidade e paz, que isso lhes basta? E se fosse ao contrário?
Um facto é indesmentível, aceitamos todos os credos e religiões à nossa porta e depois basta calcarmos certos territórios e passamos logo a ser uns agressores, ímpios e infiéis; só porque não somos nem processamos a mesma fé (cega)!
E será que todos os que vão pela via do mal, já pensaram em todos os seus que não estão entre-portas? Não os estarão a prejudicar, ao quererem abraçar o mundo com a sua intolerância e (mau) exemplo?
Poderão querer ver a separação de culturas, através da superiorização da sua, atrás de uma ideologia que quer pôr por terra a democracia, a liberdade, os valores e até, as próprias religiões!!! Será doentio demais. Doentio, perverso e mau demais.
As soluções? Também existem. Embora, sem definição concreta e sem serem em definitivo; mas terá sem dúvida, que ser através delas, que o caminho se terá que iniciar.
. A via da educação;
. A via cultural / civilizacional;
. A via da democracia e dos direitos humanos;
. A via do desenvolvimento económico e da igualdade de oportunidades;
. A via das parcerias e dos apoios estratégicos;
. E aquela primeira e única via, fundamental para vir a conjugar todas as anteriores – a via religiosa. A essencial para capacitarem todo o empreendimento seguinte e todo o colossal desafio que todos temos pela frente.
De facto, nenhum fundamentalismo pode ser vencido de fora. E também não há armas que o possam vencer – muito pelo contrário; só há força de tanta paz, é que tal poderá ser possível!
Assim, têm que ser os líderes religiosos a empreenderem uma verdadeira “cruzada”, no sentido de... em nome da religião, da fé ou das mais sagradas escrituras; não mais se atentar contra a dignidade humana, recriminando, desprometendo, excomungando, formando e apelando.
Porventura, os radicais massa-bruta e os fundamentalistas embrutecidos pelas ideias de vingança, não irão nessa; mas os moderados, que o são e existem, têm que se retratar e afirmar, como tal. Pois, se a religião que processam propaga o bem através das palavras e da fé (como qualquer religião que se preze); então há que arrepiar caminho, provando desde já e bem, qual o verdadeiro e único caminho a tomar. Se o do bem, se o do... mas têm que o fazer de facto, elevando a voz ao não aceitar que se use o nome da religião para os fins mais perniciosos. E que se desculpem – e mais – que se justifiquem, com as sagradas escrituras!!!
Por toda a razão maior deste mundo... e do outro, qualquer outro ser que processe outra fé; não pode entender e aceitar isso, por mais boa-fé que tenha. No mínimo, esperavam ouvir a recriminação pública de todos os líderes religiosos islâmicos, como seus distintos e dignos representantes; por tais actos, de crimes de sangue em nome da sua religião!
Esta sim, é a primeira e grande via.
Este sim, é o verdadeiro choque de culturas.
Esta sim, é uma certeza. Mas, só enfrentada com coragem, alicerçada nos valores mais puros e fazendo fé na fé dos outros. Esse sim, será o modo mais racional de o fazer – pela fé e pelos caminhos da esperança espiritual, assente na compreensão e na paz de todas as palavras.
E o amor ao próximo, como e onde fica?
Oremos, pois e muito! De mãos erguidas para o céu ou de rabo para o ar – tanto faz! Desde que o façamos com toda a devoção!