No livro Inconfidências José Porvinho conta...
- Finalmente é Natal - dizem as minhas filhas em polvorosa.
Já andam à vários dias em perfeita excitação e extremamente ansiosas. Por um lado, é bom, que o Natal represente também a alegria, a compensação, a retribuição, a satisfação, e até o efémero do materialismo; por outro lado, não deixa de ser preocupante o esquecimento crescente dos verdadeiros valores natalícios. Tem estado incólume ainda, é o valor da família. Continua a ser o grande dia anual para todas as famílias. Bonito.
O Natal dos nossos filhos, está sobretudo recheado de prendas e embrulhos, mas cada vez mais rodeado de vazios valores e sentidos.
Acho, que tudo o que lhes damos agora a mais, lhes irá fazer uma tremenda falta no futuro. Pois, cria-lhes falsas expectativas de uma vida de muitas facilidades, que... não terão e das ilusões, que... não serão.
Hoje educamo-los a quererem tudo, ensinando-os a não dar o devido valor àquilo que têm e não têm. E depois perdem o interesse e o engenho próprios de quem quer fazer e também ter – e porque não!
Que o Pai Natal, lhes ajude a dar a capacidade de discernir o essencial do acessório, em todas as “prendas”, que se irão atravessar nas suas vidas.
E que o Menino Jesus lhes ajude a proporcionar aquela vontade de acrescentar à vida, sempre mais entusiasmo e toda a maior satisfação.