“COIMBRA DO CHOUPAL”
- A propósito do projecto da travessia (transfiguração) de uma via rápida pelo meio do Choupal –
Digo-vos com sinceridade; não é das árvores que mais gosto... mas mesmo assim, elas ali estão bem.
Elas, ali, estão robustas, equilibradas, majestosas... exemplares, como quase em mais nenhum lugar as encontramos. Depois dão guarida e propiciam – são a casa de uma avifauna numerosa e mui particular.
Já lá estiveram de manhãzinha?
E já lá foram ao anoitecer?
Então experimentem e depois contem-me.
O Choupal não merecerá ser assim – como “estudado” e proposto – esventrado, ferido, maltratado... “ensanguentado”!
E outra coisa que me faz espécie: então para quem quer vir do norte para sul e vice-versa e não quiser vir pela auto-estrada, porque é que têm necessariamente que passar por dentro de Coimbra?
Para já é mau para quem passa e é péssima para quem está!
Pois é; desculpem-me o atrevimento, mas não seria bom para todos e para o Choupal também – que uma nova circulação passasse ao largo de Coimbra. Por fora mesmo. Que essa nova e mais alargada linha de trânsito – aliás, à semelhança do que muito bem (feito) vemos por outros países – não incomodasse a cidade e que a cidade não esteja para atrapalhar quem quer só passagem.
Ó Estradas de Portugal vejam quanto vale o Choupal. Vale muito mais do que alguma vez alguém pode pagar! Porque nomeadamente e no mínimo, vale tudo o que se vai perder. Vale por tudo o que cada um e cada geração já não vai poder fazer da mesma maneira.
E a Natureza? E toda a riqueza faunística? E todas as memórias? E todo o futuro? E todos nós? E todos...
Ó “Coimbra do Choupal”, ouve a tua canção e grita bem alta a tua razão!